Veja o que se sabe sobre acidente com balão em SC – 23/06/2025 – Cotidiano

A imagem mostra uma sequência de três fotos de um objeto em chamas caindo do céu. O objeto parece ser um veículo ou uma estrutura, e está emitindo fumaça. No fundo, há um céu azul claro e, na parte inferior da imagem, algumas pessoas observam a cena em uma área de terra batida, com árvores e veículos ao fundo.

A Polícia Civil de Santa Catarina segue investigando as causas do acidente com um balão de turismo em Praia Grande, que matou oito pessoas na manhã de sábado (21). Outras 13 pessoas conseguiram sobreviver. O inquérito está sob responsabilidade do delegado de Santa Rosa do Sul (SC), Rafael Chiara.

Até agora, já foram ouvidas sete pessoas que estavam no balão, incluindo o piloto, Elvis de Bem Crescêncio. Ainda devem ser ouvidos ao longo desta semana todos os demais passageiros, os responsáveis e funcionários da empresa Sobrevoar, entre outros.

A Polícia Civil também aguarda os laudos periciais e tem levantado imagens do momento do voo.

Os oito mortos são Leandro Luzzi, 33; Andrei Gabriel de Melo, 34; Leane Elizabeth Herrmann, 70; Janaina Moreira Soares da Rocha, 46; Everaldo da Rocha, 53; Juliane Jacinta Sawicki, 36; Leise Herrmann Parizotto, 37; e Fabio Luiz Izycki, 42.

Como foi o acidente?

Em depoimento prestado à Polícia Civil, Elvis afirmou que, depois de “de 2 a 3 minutos” de voo, ele sentiu um cheiro de queimado dentro do cesto. Em seguida, viu que a capa do cilindro de gás tinha um início de incêndio. O fogo se aproximou do cilindro de gás, e ele tentou utilizar o extintor de incêndio, mas, segundo ele, o equipamento não funcionou.

O fogo teria começado em um maçarico que estava no cesto. “Ele não soube dizer se o maçarico ficou aceso ou se houve uma chama espontânea, mas o fogo teria começado no maçarico”, disse à imprensa o delegado de Praia Grande, Tiago Luiz Lemos, que ouviu o primeiro relato do piloto.

O delegado-geral da Polícia Civil de Santa Catarina, Ulisses Gabriel, acrescentou em entrevista à Folha nesta segunda que “em princípio era um maçarico desses de casa, usado em comida”. “É um maçarico que, em tese, não se usa no balão. O que teria que ter é um ignitor”, disse.

Sem conseguir apagar o fogo, Elvis tentou descer o balão e pediu que os passageiros pulassem quando o cesto batesse no chão. Das 21 pessoas, 13 conseguiram pular, incluindo o piloto. Com a saída do grupo, o balão perdeu peso e subiu rapidamente, carregando oito pessoas que não conseguiram saltar.

Com o balão já em chamas, quatro passageiros pularam do cesto, a uma altura de 150 metros, aproximadamente, na avaliação de pilotos de helicópteros que atuaram na ocorrência. Outras quatro pessoas ficaram no cesto, que foi consumido pelas chamas até despencar no chão.

“O que eu vejo é um indicativo de responsabilidade por parte do piloto. Ele não poderia ter abandonado o balão. Diante de um cenário como esse, ele seria responsabilizado dolosa ou culposamente pelas consequências, que são as mortes e as lesões nas vítimas”, disse o delegado-geral.

O que aconteceu com os passageiros?

O Corpo de Bombeiros Militar de SC, acionado pouco depois das 8h, encontrou a estrutura do cesto em chamas, na lateral da via PRG-411, em um barranco, próximo à Igreja Nossa Senhora de Fátima, no bairro Cachoeira. Os bombeiros eliminaram o incêndio no solo com cerca de 500 litros de água.

Dentro do cesto foram identificadas três vítimas e, fora dele, ao lado, mais uma vítima, todas sem sinais vitais e com carbonização parcial dos corpos.

Em seguida, com o apoio dos relatos de moradores, foram encontrados mais quatro corpos, em locais diferentes e distantes do cesto – em um dos casos, a vítima estava a uma distância de cerca de 1.000 metros a sudoeste do cesto. Todos os corpos foram recolhidos pelo IML.

Entre os 13 sobreviventes, 5 precisaram ser hospitalizados e receberam alta médica ainda durante a tarde de sábado.

O que diz a empresa?

No sábado, a empresa Sobrevoar se manifestou por meio de nota, dizendo que “trabalhamos com seriedade e cumprimos todas as normas estabelecidas pela Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), destacando que não tínhamos registros de acidentes anteriores”.

Também disse que o acidente ocorreu “mesmo com todas as precauções necessárias e com o esforço de nosso piloto, que possui ampla experiência e adotou todos os procedimentos indicados”.

De acordo com a Polícia Civil, até agora não foi encontrada nenhuma irregularidade no registro da empresa.

Segundo o piloto, havia condições de voo e cerca de 40 balões também estavam operando naquela manhã. Também não foi constatada superlotação no cesto.

Como fica a prática do balonismo em Praia Grande?

A Prefeitura de Praia Grande, em reunião nesta segunda com representantes das empresas que operam voos de balão, anunciou que os passeios estão suspensos até quinta-feira (26).

Logo após o acidente, a Sobrevoar informou que todas as operações da empresa “foram imediatamente suspensas por tempo indeterminado, em respeito às vítimas, seus familiares e à comunidade”.

Os voos a bordo de balões de ar quente são uma das atividades turísticas na cidade. Praia Grande fica no limite com o município de Torres, no Rio Grande do Sul. A região tem cânions e é conhecida pela prática do balonismo, geralmente no início da manhã.

Segundo a prefeitura, os voos duram em média de 40 a 50 minutos, de acordo com a condição do tempo na hora do voo.



Fonte ==> Folha SP

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