O painel “Do laboratório ao mercado – caminho dos cientistas para a criação de DeepTechs” foi destaque na tarde desta sexta-feira (3), na Bahia Tech Experience (BTX25), maior evento de tecnologia e inovação da Bahia, que acontece de 2 a 4 de outubro, no Centro de Convenções Salvador.
Foram painelistas a biomédica que trabalha na Ikenga Wine (EUA) como entrepreneur in residence – estrutura um negócio que está em formação – para lançar vinho de palma no mercado norte-americano, Mariana Silva; a sócia-fundadora e CEO da Puba, uma startup sediada em Feira de Santana (BA), que produz insumos (extratos naturais a partir de espécimes da Caatinga e do Cerrado) para indústrias de cosméticos e para o agronegócio, Taris Maria; e a gerente de Operações e Parcerias da BioMinas – incubadora que investe em startups de bio -Isabela Allende. Elas foram mediadas pelo CEO da N7Ventures, venture builder especializada em deeptech, cujo foco é acelerar a transição de tecnologias científicas do laboratório para o mercado, Adilson Silva.
Adilson Silva indagou às convidadas sobre quais os principais desafios enfrentados pelas startups quando elas buscam evoluir mais rapidamente, saindo do laboratório e chegando ao mercado. A primeira a se pronunciar foi Taris Maria. “Escalar e certificar os produtos são os maiores desafios. Os valores são em torno de R$ 50 mil, R$ 200 mil, por produto. Um valor muito alto para quem está começando”, avaliou.
Para Isabela Allende, os maiores desafios são enfrentados por uma deeptech quando o cientista, após desenvolver determinada tecnologia, tem que aprender a lidar com a gestão do negócio, marketing, área comercial e financeiro. “São problemas que todos que têm que empreender enfrentam, sejam cientistas ou não”, aponta.
“Lançar o produto na Califórnia foi desafiador. Aconselho que, para quem quer montar uma startup, a primeira decisão a ser tomada é saber o que não se deve fazer, depois o importante é não perder o foco. Tem que ter humildade para ser CSO. Não basta ser apenas cientista, tem que entender de gestão, porque existem excelentes cientistas que destroem o time, quando não conseguem comandar a equipe”, enfatiza Marina Silva.
Cerca de 1,9 mil visitantes estiveram no primeiro dia do BTX25
O coordenador de Inovação e Tecnologia do Sebrae Bahia, Tauan Reis, informa que o primeiro dia da BTX reuniu cerca de 1.900 visitantes. “Estamos muito felizes com esse resultado, o evento está cheio e com muita qualidade de conteúdo. É um público qualificado que de fato tem interesse em inovação e tecnologia. Todas as áreas estão repletas de visitantes, arena das startups, arena da plenária, o espaço das rodadas de negócios”, disse. Segundo ele, as 150 startups – todas baianas – que expõem no local estão muito satisfeitas. “Se o público e as startups estão felizes, nós do Sebrae também estamos felizes”, comemora.
Tauan Reis aponta que quem estiver na BTX25 deve, primeiramente, circular nos estandes das 150 startups. “Tem muito projeto bacana, do interior da Bahia e da capital, das mais diversas áreas, como biotecnologia, impacto social, educação, comércio, serviços, turismo, gestão financeira, indústria, entre outras”, avisa. Outra indicação são os duelos de startups na arena de pitches. Ele também frisa que os visitantes da feira não podem deixar de assistir às palestras da arena de conteúdos, que reúne nesta edição 98 palestrantes e painelistas, abordando os mais diversos temas lincados à tecnologia e à inovação – tais como deeptech, IA, blockchain, criptomoedas, vendas, agronegócio e comércio.
Tauan Reis afirma, ainda, que a expectativa é de que seja gerado nas rodadas de negócios desta edição da BTX quatro vezes o montante da primeira edição, em 2023, algo em torno de R$ 5 milhões, ou seja, a previsão para 2025 é de cerca de R$ 15 milhões em negócios projetados dentro do evento.
BTX25 segue até sábado (4)
A Bahia Tech Experience (BTX25) acontece até o próximo sábado (4) no Centro de Convenções Salvador e é uma realização do Sebrae e do Governo do Estado, por meio da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti), com apoio da Solvum. O encontro integra o convênio firmado entre as instituições, com duração de três anos e investimento de R$ 15 milhões.
Durante os três dias, a programação gratuita inclui palestras, workshops, batalhas de pitch, experiências interativas e capacitações nas áreas de inteligência artificial, blockchain, biotecnologia, computação quântica, agritechs, govtechs, energia, empreendedorismo feminino e de impacto social, entre outras.
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A edição deste ano conta ainda com rodadas internacionais com painelistas de Singapura, Portugal, Itália, Inglaterra, Estados Unidos, Holanda e Alemanha. Também serão expostos 12 games autorais baianos, como o Árida 2, além de mais de 150 startups, 12 projetos estudantis da rede estadual e 26 estandes de parceiros institucionais — entre universidades, incubadoras e aceleradoras.
As inscrições são gratuitas e podem ser feitas pelo site [https://www.bahiatechexperience.com.br/], onde também está disponível a programação completa.
Fonte ==> Folha SP