A transformação digital das empresas latino-americanas alcançou um novo patamar. Nos últimos anos, a migração de sistemas para a nuvem se tornou um movimento irreversível, impulsionado pela busca por eficiência, escalabilidade e agilidade operacional. No entanto, essa transição também trouxe um desafio crescente: garantir segurança em ambientes cada vez mais complexos e interconectados.
De acordo com levantamentos do setor de tecnologia, mais de 70% das grandes empresas brasileiras já utilizam algum modelo de infraestrutura em nuvem, enquanto investimentos em cibersegurança devem ultrapassar 2 bilhões de dólares na região até o final de 2025. Esse avanço reflete a urgência das organizações em proteger dados sensíveis e evitar prejuízos milionários causados por ataques e vulnerabilidades.
Nesse cenário, o papel dos engenheiros de segurança em nuvem tornou-se estratégico. Profissionais com domínio técnico e visão sistêmica sobre governança, automação e resposta a incidentes são cada vez mais valorizados, especialmente em companhias com atuação global. Entre eles está Renata Freires Guimarães Lino, especialista em Cloud Security e integrante do time da Microsoft. Com mais de 14 anos de carreira, ela participou de projetos de segurança em larga escala, apoiando clientes corporativos em toda a América Latina e nos Estados Unidos.

Renata explica que a mudança de paradigma nas empresas vai além da tecnologia: envolve uma nova cultura de segurança baseada em escuta, colaboração e responsabilidade compartilhada. “Segurança em nuvem não é apenas sobre proteger dados, mas sobre entender pessoas, processos e contextos. A tecnologia começa com escuta e termina com transformação”, afirma.
Em sua experiência, a integração de ferramentas como Microsoft Defender, Sentinel e Azure Monitor trouxe ganhos significativos para empresas que buscavam maior visibilidade e automação na detecção e resposta a ameaças. Ela destaca que os projetos mais bem-sucedidos são aqueles em que a segurança é tratada como parte da estratégia de negócios, e não como um custo operacional. “Quando a segurança é integrada à cultura da empresa, ela deixa de ser barreira e se torna diferencial competitivo”, observa.
A especialista lembra que, no início de sua carreira, atuou no Banco do Nordeste, instituição que tem papel relevante no desenvolvimento regional. Foi nesse ambiente que consolidou sua compreensão sobre o impacto social e econômico da tecnologia. O reconhecimento por entregas de alto impacto no Norte e Nordeste a levou ao convite para integrar o time da Microsoft, marco que ampliou sua atuação para projetos internacionais e consolidou seu nome como uma das referências em segurança na nuvem.
Nos últimos anos, Renata tem observado uma mudança positiva na mentalidade das empresas latino-americanas. Segundo ela, o amadurecimento do ecossistema digital vem acompanhado por uma visão mais estratégica da segurança, que agora ocupa o centro das decisões corporativas. “Hoje, o foco das organizações está em construir ambientes resilientes, com governança clara e capacidade de resposta rápida. A nuvem oferece agilidade, mas exige maturidade técnica e disciplina operacional”, explica.
A tendência é que a automação e a inteligência artificial se tornem cada vez mais presentes nas operações de segurança. Ferramentas de aprendizado de máquina já permitem antecipar incidentes e detectar comportamentos anômalos antes que causem danos significativos. Para Renata, o futuro da segurança corporativa será definido pela capacidade das empresas de combinar pessoas qualificadas, tecnologia inteligente e processos consistentes.
“A transformação digital não acontece com máquinas, mas com pessoas preparadas para liderar a mudança. Nosso papel é garantir que a tecnologia seja um instrumento de evolução, e não de vulnerabilidade”, conclui.