Ato na 25 de Março atrela tarifaço de Trump a Bolsonaro – 18/07/2025 – Cotidiano

A imagem mostra uma manifestação com várias pessoas usando máscaras. Em primeiro plano, duas pessoas se destacam: uma está vestida com um terno azul e uma gravata vermelha, usando uma máscara que representa um personagem famoso, enquanto a outra está vestida com um uniforme listrado de prisioneiro e também usa uma máscara. A primeira pessoa segura um saco com a inscrição

Um ato organizado pelo Sindicato dos Comerciários motivado pelas críticas do governo americano à venda de produtos piratas na rua 25 de Março, no centro de São Paulo, buscou convencer trabalhadores sobre a responsabilidade do ex-presidente Jair Bolsonaro na ameaça de taxação das exportações brasileiras para os Estados Unidos.

Esvaziado, o protesto na manhã desta sexta-feira (18) contou com cerca de cem militantes sindicais que seguiram um pequeno carro de som parando o trânsito por cerca de uma hora. Manifestantes usavam máscaras de Trump e de Jair Bolsonaro.

Menções elogiosas aos Brics e críticas ao sistema financeiro eram gritadas no sistema de som por integrantes das centrais sindicais Força Sindical e UGT União Geral dos Trabalhadores.

A movimentação despertou curiosidade, desconfiança, reclamações e apoios pontuais entre lojistas que a observavam.

“O que tá acontecendo?”, perguntou a vendedora de cigarros eletrônicos e perfumes Brenda Soares, 21. “O Trump tá errado de taxar o Brasil, mas se esse dinheiro voltar pra cá, o Lula também vai roubar”, argumentou o repositor Wagner Pereira, 21.

“Essa coisa [o protesto] é desnecessária, não vai mudar nada”, comentou a administradora de loja Débora Bruning, 39. “Mas é claro que eu não gostei que o Trump veio mexer com a 25 de Março, não tem nada que se meter aqui”, reclamou.

Enquanto o carro de som destacava a força econômica da China em detrimento de eventual perda de protagonismo econômico dos Estados Unidos, a gerente Lorraine Regina, 39, aumentava o volume das caixas que anunciavam a placa alisadora da influenciadora digital Virgínia Fonseca por R$ 29,90. “Tá difícil, já tentei aumentar o volume, mas não dá para competir”, comentou Lorraine. Apesar do transtorno, ela apoia o protesto. “É mentira do Trump que aqui só tem mercadorias falsas”, afirma.

Na calçada, após ouvir um pedestre perguntar se o próprio Lula estaria no carro de som, a analista de marketing Juliana Oliveira, 40, gritou “Bolsonaro”. “Se eu soubesse dessa palhaçada, nem tinha vindo fazer compras hoje.”

Secretário-geral da Força Sindical, João Carlos Gonçalves, o Juruna, classificou como normal a baixa adesão à um protesto marcado na noite anterior. Para ele, o importante era marcar uma posição e reagir rapidamente às críticas de Trump.



VEJA TODOS OS PONTOS MENCIONADOS NA INVESTIGAÇÃO DOS EUA

  • Comércio digital e serviços de pagamento eletrônico:


    • Aponta supostas práticas desleais em relação aos serviços de pagamento eletrônico, incluindo o favorecimento de serviços de pagamento eletrônico desenvolvidos pelo governo brasileiro, como o Pix.
    • Diz de que o Supremo Tribunal Federal brasileiro tornou as empresas de mídia social responsáveis por publicações ilegais de seus usuários, mesmo sem ordem judicial, incluindo uma ampla gama de discursos como o político, o que poderia levar à remoção preemptiva de conteúdo e aumentar o risco de danos econômicos para empresas de mídia social dos EUA.
    • Cita “ordens secretas” de tribunais para que empresas de mídia social dos EUA censurassem milhares de postagens e desativassem dezenas de críticos políticos, incluindo cidadãos dos EUA, por discurso lícito em solo norte-americano.
    • Menciona restrições excessivamente amplas à transferência de dados pessoais para fora do Brasil, incluindo para os Estados Unidos, que podem impedir o processamento seguro de dados ou a prestação de serviços a partir de servidores dos EUA.

  • Tarifas preferenciais injustas do Brasil:


    • Afirma que o Brasil reduziu tarifas de forma injusta e preferencial para certos parceiros comerciais grandes (como Índia e México) em setores específicos, aplicando tarifas mais altas às importações dos EUA, o que desfavorece as exportações dos EUA.

  • Aplicação da Lei Anticorrupção:


    • Indicações de que os esforços anticorrupção do Brasil enfraqueceram, com promotores se engajando em acordos opacos de leniência e evidências de conflitos de interesse em decisões judiciais, o que pode desfavorecer empresas dos EUA engajadas em comércio e investimento no Brasil.

  • Proteção da propriedade intelectual:


    • Aponta falha em combater eficazmente a importação, distribuição, venda e uso generalizados de produtos falsificados, consoles de jogos modificados e dispositivos de streaming ilícitos, sem remédios ou penalidades dissuasoras.
    • Também diz haver falha em combater a pirataria de conteúdo protegido por direitos autorais que impede a adoção de canais de distribuição de conteúdo legítimos, prejudicando os setores impulsionados pela inovação e criatividade dos EUA.
    • Afirma que a alta pendência média de pedidos de patentes, especialmente para aplicações biofarmacêuticas (quase 7 anos em média, e 9,5 anos para patentes farmacêuticas concedidas entre 2020 e 2024) reduz o prazo da patente.

  • Acesso ao mercado de etanol:


    • Diz que o Brasil abandonou o tratamento recíproco e virtualmente livre de impostos para o etanol, que promovia o comércio bilateral, e impôs tarifas de importação íngremes e injustas sobre o etanol dos EUA.
    • Afirma que as exportações de etanol dos EUA para o Brasil caíram significativamente devido a essas tarifas, indicando uma desvantagem considerável para os produtores norte-americanos.

  • Desmatamento ilegal:


    • Cita falta de fiscalização efetiva das leis e regulamentações ambientais do Brasil, que contribui para o desmatamento ilegal, com terras ilegalmente desmatadas sendo usadas para produção agrícola (pecuária, milho, soja), o que confere uma vantagem competitiva injusta às exportações agrícolas brasileiras.
    • Afirma haver relatos de níveis significativos de exploração madeireira ilegal, com estimativas de que mais de um terço da madeira amazônica seja de origem ilegal, e o uso de trabalho forçado.
    • Aponta corrupção no sistema, que permite que madeira colhida ilegalmente seja disfarçada como legal através de documentação fraudulenta e suborno de funcionários brasileiros, entrando no mercado dos EUA a preços mais baixos e criando uma vantagem injusta.



Fonte ==> Folha SP

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