As empresas da Bahia lideram o fornecimento de bens e serviços para a Petrobras no Nordeste. Diante disto, uma parceria entre o Sebrae e a Petrobras, no Dia Nacional da Energia, proporcionou um encontro para intensificar essa prática empresarial. O “Workshop de qualificação de fornecedores: construindo negócios com a Petrobras”, ocorreu na manhã desta quinta-feira (29), no auditório do Sebrae Bahia, em Salvador, com a presença de empresas da Bahia e de outros estados. Também estiveram presentes gestores do Sebrae dos Amazonas, Rio de Janeiro, Amapá, Sergipe e Espírito Santo. O time da Petrobras conduziu as apresentações do workshop.
A coordenadora do Sebrae Energia, Aline Lobo, que é líder do Líder do Polo de Referência de Óleo e Gás Onshore do Sebrae Bahia, fez a recepção e boas-vindas. “No Dia Nacional da Energia não poderíamos ter uma iniciativa melhor na nossa casa. O objetivo deste encontro é divulgar as possibilidades de investimento da Petrobras e orientações sobre suas atividades de contratação, aproximando o empresariado baiano dos negócios da companhia”, pontuou.
O gerente executivo de Suprimentos da Petrobras, Alexandre Alves, abriu o workshop e falou do interesse da empresa pública em desenvolver a cadeia de fornecedores. “Temos uma meta ousada para alcançar este ano, para isso precisamos dos fornecedores. Aqui ressalto que todo mundo tem que se enxergar como potencial parceiro da Petrobras”. Alves falou dos requisitos de ASG que são fundamentais na parceria com a empresa, a exemplo de cuidar das pessoas, proteger o meio ambiente, reduzir a pegada de carbono e atuar com integridade. “Relações sustentáveis, éticas e de longo prazo. Nós não negociamos com empresas que não respeitam os Direitos Humanos. Valorizamos a diversidade, gênero, raça, não negociamos esses critérios”, afirmou.
Em seguida, o gerente Geral de Relacionamento com o Mercado de Fornecedor da Petrobrás, Márcio Pereira, tratou das oportunidades e como fazer negócios com a petroleira. Pereira frisou que diante do contexto de mudanças no mundo, fazer negócio com empresas locais é fundamental. “Não quero trazer material que posso comprar aqui na Bahia, em Sergipe ou Pernambuco dos Estados Unidos ou Holanda. Precisamos desenvolver essa indústria. Estamos junto com Sebrae, associações e outras entidades, queremos impulsionar os pequenos negócios, porque, ao lado das nossas operações, eles diminuem os reflexos desse contexto de instabilidade global”, ressaltou.
Segundo o Pereira, a empresa tem 111 bilhões de dólares em investimento previsto até 2029. Ao abordar projetos a serem realizados com refino, logística, gás, energia, entre outros, o gerente questiona. “Como que a gente retira esses projetos da gaveta sem fornecedor?”, indagou.
Das categorias de compras da empresa pública, com fornecedores baianos, 2,5 bilhões estão ligados à categoria manutenção e reparação. “Nessa categoria, a Bahia é a número 1 do Brasil. Temos aqui grandes fornecedores, principalmente, em nossas refinarias. Vamos acreditar que a Bahia e o Nordeste têm força, acreditem que precisamos de vocês”.
As micro e pequenas empresas do estado fornecem equipamentos e serviços de SMS, consultoria, apoio administrativo, manutenção e reparação, instrumentação e automação. As licitações, publicadas na Petronect, é a possibilidade para iniciar o processo para fornecimento para a empresa pública.
Logo depois, o gerente Setorial de Suporte a Operação da Bahia, Bruno Araújo, abordou a importância da cadeia de fornecedores para a realização das ações da Petrobras na Bahia. Já o gerente de Suprimentos de Bens e Compras Competitivas, Fernando Poloni, tratou da regionalização das compras. O gerente Setorial de Contas a Pagar, André Ribeiro, apresentou o programa de financiabilidade Progredir e Mais Valor. Já o gerente Geral de Gestão Contratual de Bens, agradeceu e colocou-se à disposição para iniciar um diálogo sobre desafios e demandas das empresas presentes. Para finalizar, o diretor da Petronect, Samuel Fernandes, falou sobre o portal de compras e cadastro Petronect.
Território Empreendedor
O gerente do Unidade Ambiente de Negócios, Antônio Carlos Borges, explica que as ações de atendimento executadas pelo Sebrae nas pequenas empresas, do segmento de óleo e gás, na cadeia de fornecimento, levam em conta a perspectiva do território empreendedor.
“Quando alguma empresa grande aporta numa cidade, ela precisa se aproximar das pequenas empresas daquela região para desenvolver alguma atividade. Daí nosso papel é chamar a governança local, que já recebe royalties, para que tenhamos o mesmo objetivo de fazer o desenvolvimento econômico daquela cidade ou região”. Para o gerente, isso resultará em uma transformação para todo o território.
“Ao se somar o capital produtivo, o capital humano, o capital ambiental e a governança, toda a comunidade ganha, tanto em relação ao encadeamento produtivo como a governança. Assim, o Sebrae pode entrar com inclusão produtiva, inovação, com o portfólio que atende a governança e a cadeia produtiva”, explicou.
Participaram do evento pequenas empresas do segmento elétrico, mecânico, confecções, logísticas, alimentação, transporte, entre outras. Uma das empresas que têm apostado na gestão empresarial, a exemplo do uso dos processos, com a consultoria do Sebrae, é a JMC Engenharia e Serviços. O diretor técnico da JMC, Jefté Silva, falou sobre a motivação em participar do evento.
“Esse evento é fundamental para fazer a conexão entre as empresas que precisam de fornecedores e os fornecedores. Minha empresa é do ramo de elétrica, fazemos manutenções, laudos, prontuários. Essas reuniões são fundamentais para que o pequeno e médio empresário conheça e saiba como trabalhar com as grandes empresas. Tanto a Petrobras quanto as outras empresas da cadeia produtiva de óleo e gás precisam saber que os fornecedores locais que estão ávidas para fazer bons trabalhos em parceria”, afirmou.
Fonte ==> Folha SP