(Crítica Sem Spoilers) “Thunderbolts*”: Uma Aposta Arriscada com Resultados Interessantes

(Crítica Sem Spoilers) "Thunderbolts*": Uma Aposta Arriscada com Resultados Interessantes

“Thunderbolts*” chega aos cinemas com uma proposta intrigante: reunir um time de anti-heróis e vilões relutantes para missões que os Vingadores tradicionais não aceitariam. A premissa, por si só, já injeta uma dose de novidade e potencializa discussões interessantes sobre redenção, moralidade e o cinismo inerente a um mundo pós-apocalíptico de super-heróis.

Pontos Fortes:

Elenco Carismático e Quimicamente Conectado: Sem dúvida, o maior trunfo do filme reside em seu elenco. A dinâmica entre personagens como Yelena Belova (Florence Pugh), Bucky Barnes (Sebastian Stan), e John Walker (Wyatt Russell) é magnética. As interações carregadas de humor ácido e sarcasmo, mas também de momentos de inesperada vulnerabilidade, elevam a narrativa e tornam o improvável time surpreendentemente cativante. Florence Pugh, em particular, continua a brilhar, entregando uma Yelena complexa e multifacetada.

Tonalidade Diferenciada: “Thunderbolts*” se distancia da fórmula heroica tradicional do MCU, explorando tons mais sombrios e ambíguos. A desilusão com figuras de autoridade e as cicatrizes emocionais dos personagens são abordadas com uma sensibilidade notável, conferindo uma camada de profundidade psicológica raramente vista em filmes de super-heróis. Essa abordagem mais “pé no chão” e focada nos dilemas internos dos personagens é um sopro de ar fresco.

Surpreendente Humanidade: O filme se destaca por não romantizar ou forçar o drama, mas por apresentar as questões de saúde mental e traumas de forma genuína e respeitosa. Essa humanidade inesperada em um filme de grande orçamento é um ponto louvável e que certamente ressoará com o público.

Potencial para o Futuro do MCU: “Thunderbolts*” planta sementes interessantes para o futuro do Universo Cinematográfico Marvel, explorando as consequências de eventos passados e abrindo caminho para novas narrativas e conflitos. A ideia de um time de “desajustados” operando nas sombras oferece um leque de possibilidades narrativas inexploradas.

Pontos Fracos:

Antagonista Sem Impacto: Um dos maiores problemas do filme reside na falta de um antagonista verdadeiramente ameaçador e memorável. O Vácuo, apesar de ter um potencial conceitual interessante, carece de urgência e não representa um obstáculo à altura do desenvolvimento dos protagonistas. Sua motivação e presença em tela não conseguem gerar a tensão necessária.

Ritmo Inconsistente: Em alguns momentos, o filme sofre com um ritmo irregular, com sequências que se arrastam um pouco e poderiam ter sido mais concisas. Essa “barriga” narrativa pode, em certos pontos, diminuir o engajamento do espectador.

Escopo Contido: Apesar de apresentar temas complexos, a escala da ameaça e das consequências em “Thunderbolts*” parece relativamente menor em comparação com outros filmes do MCU. Isso pode decepcionar aqueles que esperavam sequências de ação grandiosas e um conflito de proporções épicas.

Conexões com o MCU Nem Sempre Fluídas: Embora o filme tente se conectar com eventos passados do MCU, algumas dessas ligações parecem um pouco forçadas ou superficiais, não agregando muito à narrativa principal.

Conclusão:

“Thunderbolts*” é um filme que surpreende por sua coragem em trilhar um caminho menos convencional dentro do gênero de super-heróis. Ao focar no desenvolvimento de seus anti-heróis imperfeitos e em suas lutas internas, o filme entrega momentos genuinamente emocionantes e divertidos. No entanto, a falta de um antagonista forte e um ritmo nem sempre consistente impedem que ele alcance todo o seu potencial. Apesar de suas falhas, “Thunderbolts*” representa um passo interessante e promissor para o futuro do MCU, demonstrando uma vontade de explorar novas narrativas e personagens complexos. Vale a pena conferir nos cinemas, especialmente pela dinâmica de seu elenco e pela abordagem mais humana e sensível aos seus protagonistas.



Fonte ==> Epa Bahia

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