Gestão eficiente e crescimento sustentável nas pequenas indústrias brasileiras

As pequenas e médias indústrias representam um dos pilares da economia nacional, sustentando grande parte da produção e da geração de empregos no país. Segundo levantamento da Confederação Nacional da Indústria (CNI), o segmento responde por cerca de 30% do PIB industrial e mais de 60% dos empregos formais no setor. Porém, em um cenário cada vez mais competitivo, a diferença entre crescer e estagnar está diretamente ligada à qualidade da gestão.

A profissionalização administrativa e o equilíbrio entre eficiência e proximidade humana têm se mostrado fatores decisivos para o sucesso dessas empresas. Para a gerente administrativa Laudiceia de Oliveira Silva, que há 18 anos atua no setor alimentício e foi responsável por conduzir a expansão de uma pequena indústria para duas filiais consolidadas, o segredo está na combinação entre estrutura e empatia. “Crescer não é apenas abrir novas unidades ou aumentar o faturamento. É conseguir fazer isso sem perder o olhar humano e o relacionamento com as pessoas que sustentam o negócio”, afirma.

O caso da empresa em que Laudiceia atua ilustra bem esse processo. Quando ingressou na organização, o negócio tinha apenas oito meses de vida, cinco funcionários e processos totalmente manuais. Com a implantação de um sistema de gestão e a reorganização dos controles administrativos, foi possível otimizar custos, melhorar o fluxo financeiro e planejar o crescimento com mais segurança. “A informação organizada transforma a tomada de decisão. Você começa a enxergar o negócio com clareza e a definir estratégias de forma mais precisa”, explica.

O trabalho de gestão interna foi apenas o primeiro passo. Ao longo dos anos, a empresa estruturou departamentos financeiros, fiscais e comerciais e ampliou a operação para novas cidades. Laudiceia participou ativamente desse processo, liderando a implantação das duas filiais e coordenando todas as etapas, da locação e documentação à contratação de pessoal e implantação de sistemas. A expansão, porém, veio acompanhada de um cuidado fundamental: manter o atendimento personalizado e o vínculo próximo com clientes e colaboradores.

Para especialistas do setor, esse equilíbrio é o que sustenta o crescimento de longo prazo. Um estudo do SEBRAE mostra que empresas que mantêm uma cultura organizacional centrada em pessoas têm 25% mais chances de sobreviver aos primeiros dez anos de operação. “Os resultados financeiros vêm como consequência de uma boa gestão de equipe. Crescimento com propósito é aquele que não rompe laços, mas fortalece relações”, comenta Laudiceia.

Além da eficiência operacional, o bom desempenho das pequenas indústrias também depende de lideranças que inspirem e motivem suas equipes. A experiência de Laudiceia mostra que o sucesso de uma organização está diretamente ligado à constância e ao comprometimento de seus gestores. “O crescimento de uma empresa é o reflexo da dedicação de quem a conduz. Quando o líder acredita e transmite confiança, a equipe acompanha e entrega resultados acima do esperado”, explica.

O setor alimentício, em especial, tem se destacado pela capacidade de inovação e resiliência. A pandemia reforçou a necessidade de digitalização e controle de processos, acelerando a adoção de sistemas integrados de gestão e de canais diretos com o consumidor. No entanto, Laudiceia ressalta que a tecnologia deve ser uma aliada e não um substituto das relações humanas. “O sistema ajuda a organizar, mas é o diálogo que mantém o negócio vivo. As pessoas querem ser atendidas com atenção, mesmo em empresas maiores. Crescer não significa se distanciar”, observa.

O avanço das pequenas e médias indústrias no Brasil indica um caminho promissor para o fortalecimento da economia local. A modernização administrativa, o investimento em pessoas e a cultura de atendimento humanizado estão redefinindo o papel das empresas no desenvolvimento regional. “As pequenas indústrias são o coração da economia brasileira. Elas geram empregos, movimentam o comércio e sustentam comunidades inteiras. Por isso, investir em gestão é investir no futuro do país”, conclui Laudiceia.

O caso mostra que eficiência e crescimento sustentável não dependem apenas de grandes investimentos, mas de visão estratégica, disciplina e compromisso com pessoas. Em um mercado cada vez mais competitivo, a gestão humanizada se firma como o elo que equilibra produtividade e propósito, e transforma pequenas empresas em histórias de sucesso duradouro.

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