Navio da Marinha mexicana colide contra ponte do Brooklyn – 18/05/2025 – Mundo

A imagem mostra um grande navio de vela iluminado à noite, ancorado em um porto. O navio possui velas brancas e bandeiras coloridas. Na frente do navio, há um grupo de pessoas observando e tirando fotos. Ao fundo, é possível ver uma ponte e a cidade iluminada, com arranha-céus visíveis. O ambiente é noturno, com luzes refletindo na água.

Um navio à vela da Marinha mexicana bateu na ponte do Brooklyn na noite deste sábado (17), quebrando o topo de seus mastros e danificando a embarcação. Duas pessoas morreram e ao menos 22 se feriram.

Vídeos online mostram o navio de treinamento Cuauhtémoc, decorado com luzes, quando se aproxima da ponte sobre o rio East, próximo ao lado de Manhattan, que conecta o distrito com o Brooklyn.

Seus mastros de 45 metros eram altos demais para passar sob o arco da ponte naquele ponto e tombaram quando o navio, batizado em homenagem ao último imperador asteca, passou por baixo.

Havia 277 pessoas a bordo. A Marinha Mexicana informou nas redes sociais que, dos 22 feridos a bordo do navio, 19 estavam recebendo atendimento médico em hospitais locais, e 11 deles estavam em estado grave. Nenhuma operação de resgate foi necessária porque ninguém caiu na água.

Aparentemente, o navio errou a rota e, por isso, bateu na ponte. Na noite de sábado (17), estava previsto que seguisse para o sul e navegasse para fora do porto de Nova York, com uma parada na orla do Brooklyn para reabastecer antes de seguir para a Islândia.

Em vez disso, por volta das 20h30, o Cuauhtémoc seguia na direção errada. Nunca se planejou que fosse navegar sob a ponte do Brooklyn, disse um porta-voz do Escritório de Gerenciamento de Emergências da cidade.

No momento da colisão, de acordo com vídeos checados pela Reuters, duas pessoas que pareciam estar no degrau mais alto do mastro podem ser vistas balançando violentamente para frente. Logo após o incidente, os vídeos mostram algumas pessoas penduradas nos destroços por cordas, e outras se movendo lentamente, se arrastando de bruços, em direção ao centro da embarcação.

Em uma coletiva de imprensa no sábado (17), autoridades disseram que o piloto designado para navegar o Cuauhtémoc para fora do canal enfrentou “problemas mecânicos”. O Conselho Nacional de Segurança nos Transportes realizará uma investigação completa sobre o acidente.

O Cuauhtémoc é usado para treinar marinheiros, capitães e oficiais na Heroica Escola Militar Naval do México, de acordo com um comunicado de imprensa. Trata-se de um veleiro de casco de aço com três mastros construído em 1981, com aproximadamente 90 metros de comprimento.

A Marinha Mexicana disse que o Cuauhtémoc havia zarpado em 6 de abril de Acapulco em uma missão com o objetivo de “exaltar o espírito marítimo, fortalecer a educação naval e levar a mensagem de paz e boa vontade do povo mexicano aos mares e portos do mundo.”

O plano era que o navio passasse 254 dias fora, fazendo escalas em Nova York; Kingston, Jamaica; Havana, Cuba; Reykjavik, Islândia; Aberdeen, Escócia; Avilés, Espanha; Bridgetown, Barbados e Londres.

Cadetes navais vestidos com uniformes brancos podiam ser vistos pendurados nas vergas do navio após a colisão.

Em uma das bases da ponte suspensa, um vídeo mostra espectadores correndo aterrorizados quando o navio atinge a ponte e vira em direção ao cais.

Segundo o New York Times, no Píer 16, para onde foram levados os feridos, uma grande multidão se aglomerou e veículos de emergência lotaram a South Street. Socorristas transportavam vítimas com colares cervicais em direção às ambulâncias e as colocavam em macas. Sempre que um novo sobrevivente aparecia, a multidão irrompia em vivas e aplausos e gritava: “Mé-xi-co! Mé-xi-co!”

A ponte, uma atração turística popular e via principal entre Manhattan e Brooklyn, foi concluída em 1883. A estrutura não sofreu danos graves, disse um funcionário da cidade de Nova York. O tráfego foi reaberto em ambas as direções após uma inspeção preliminar.

Anteriormente, o ministério das Relações Exteriores do México informou, nas redes sociais, que o embaixador mexicano nos EUA e outros funcionários estavam auxiliando os cadetes e haviam estado em contato com as autoridades locais.

O líder da minoria no Senado, o senador democrata Chuck Schumer, disse no domingo (18) que os investigadores devem determinar se os cortes orçamentários e cancelamentos de programas pelo Doge, o programa de redução de gastos do governo Trump, tiveram algum papel no acidente do navio.

“Tenho a sensação geral de uma disfunção do DOGE na guarda costeira”, disse Schumer em uma coletiva de imprensa sobre o orçamento federal. “Sabemos que houve interferência do governo Trump na equipe da guarda costeira, e agora precisamos saber como essa interferência pode ter impactado os eventos da noite passada, do ponto de vista de comando, comunicação e coordenação local.”

No domingo (18), o Cuauhtémoc continuava atracado no píer 36, para onde foi rebocado durante a noite após colidir com a ponte. Muitos membros da tripulação passaram a noite de sábado no navio, enquanto os feridos eram atendidos nos hospitais.

“Nos próximos dias, nosso foco principal é levar o navio com segurança para outro local onde ele possa iniciar os reparos e depois seguir seu caminho”, disse à CNN Zach Iscol, o comissário da cidade de Nova York para Gestão de Emergências.



Fonte ==> Folha SP

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