Programas de fomento tiram estúdios de games do amadorismo – 23/04/2025 – Tec

A imagem mostra uma cena de um jogo com um ambiente de feira ou carnaval. No centro, há uma figura que parece ser um personagem jogável, cercado por barracas coloridas. Uma barraca azul à esquerda exibe o texto

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A indústria brasileira de games nasceu e cresceu graças ao esforço e perseverança de desenvolvedores e empreendedores nacionais. Nos últimos anos, porém, uma série de programas de fomento apareceram no país e ajudaram o setor a dar um salto de desenvolvimento.

“Tivemos pouquíssimas iniciativas de investimento público nos últimos 20 anos. Só agora temos programas mais consolidados”, afirma Rodrigo Terra, presidente da Abragames (Associação Brasileira das Desenvolvedoras de Jogos Digitais).

Atualmente, existem diversas iniciativas públicas –a nível nacional, estadual e até municipal– e privadas que ajudam estúdios nacionais a desenvolver seus jogos. De forma geral, os programas oferecem uma bolsa para que as empresas deem andamento aos seus projetos, além de suporte técnico e mentorias.

É o caso, por exemplo, da Spcine, que há dez anos publica editais de fomento à indústria de games na cidade de São Paulo. Ligada à Secretaria Municipal de Cultura e Economia Criativa, a empresa pública vem ampliando seu escopo de atuação no setor.

Além do aporte financeiro para estúdios por meio de editais, a Spcine também criou uma incubadora de games (a Spgame Start), um laboratório de game design para incentivar desenvolvedores de primeira viagem e um programa que busca abrir portas no mercado de trabalho para jovens da periferia no setor de games (o Spgame_Lab).

“Hoje, as ações da Spcine estão focadas principalmente em empresas que são nascentes e no fomento ao desenvolvimento de jogos autorais, de IPs brasileiras. Esse é o nosso foco principal e as nossas ações têm seguido nesse sentido”, afirma Lyara Oliveira, presidente da Spcine.

O estúdio paulistano Mad Mimic foi um dos que ganhou sobrevida graças a um aporte financeiro da Spcine. Luis Tashiro, CEO do estúdio, conta que o investimento da empresa pública acabou marcando uma virada para a empresa.

“O primeiro projeto que a gente teve algum apoio foi o do jogo ‘No Heroes Here’, via edital da Spcine, em que a gente recebeu R$ 150 mil. Foi uma virada de chave ter esse recurso e poder desenvolver tendo alguma segurança financeira”, afirma.

Além de dar fôlego financeiro para a empresa, o apoio permitiu à Mad Mimic ampliar a divulgação de “No Heroes Here” e levar o game para eventos, como o BIG Festival de 2018, onde o jogo acabou sendo premiado como Melhor Jogo Brasileiro.

“Isso abriu portas para a gente fazer uma parceria com o Maurício de Sousa para lançar um outro jogo também [‘Mônica e a Guarda dos Coelhos’]”, lembra Tashiro.

Hoje a Mad Mimic conta com cerca de 35 funcionários e, com essa estrutura, consegue trabalhar em vários títulos simultaneamente. Além de ter lançado em janeiro “Mark of the Deep”, um elogiado jogo de ação “souls-like” com elementos de “metroidvania”, o estúdio trabalha em uma sequência de “No Heroes Here”, que está disponível em acesso antecipado.

Já estabelecida, a empresa buscou expandir sua atuação e, novamente, encontrou em iniciativas de fomento um caminho para isso. No ano passado, a Mad Mimic foi uma das dez selecionadas para receber o Google Indie Fund, programa que investe US$ 200 mil (cerca de R$ 1,1 milhão) para que estúdios da América Latina lancem seus jogos em dispositivos Android.

Após o lançamento, os jogos são incluídos no serviço de assinatura de games do Google, o Play Pass, o que ajuda os títulos a ganharem visibilidade no mercado.

“A gente sempre teve o desejo de entrar no mercado mobile, mas para nós, desenvolvedores indies, há uma barreira muito grande para chegar aos jogadores, ainda mais quando você não tem recurso de investidores”, afirma Tashiro.

Além da Mad Mimic, que entrou no programa do Google com o jogo “Dandy Ace”, outros quatro estúdios brasileiros foram selecionados em 2024: o baiano Vish Game Studio (com “Just King”), o paulistano Little Leo Games (“Astrea: Six-Sided Oracles”), o catarinense Plot Kids (“Play Together TV”) e o carioca Minimol Games (“Chessarama”).

Rodrigo Terra destaca a importância do investimento de grandes empresas como o Google na indústria nacional de games. Ainda assim, para ele, as iniciativas públicas são mais importantes devido à sua amplitude.

“A iniciativa pública é mais poderosa para o setor no momento em que estamos hoje. Não quer dizer que a privada não seja importante, mas ela é muito mais específica. O Google vai apoiar o mobile. Numa política pública, é jogo. Ele abrange mais. Não fica restrito a uma única plataforma”, diz.


Play

dica de game, novo ou antigo, para você testar

Hell Clock

(PC)

Falando na indústria nacional de games, poucos jogos brasileiros me impressionaram tanto quanto “Hell Clock”, da Rogue Snail. Ele mistura a jogabilidade de RPGs de ação como “Diablo” e “Path of Exile” com elementos roguelike, chegando a uma proposta similar a “Hades”. O principal diferencial, porém, está na história, inspirada fortemente pela Guerra de Canudos. No game, o jogador encarna Pajeú, um ex-escravo que precisa descer até o quinto dos infernos para resgatar a alma de Antônio Conselheiro, sequestrada por forças malignas. Um game brasileiríssimo com controles precisos e jogabilidade deliciosa. Com lançamento previsto para junho, é possível baixar a demo do jogo na Steam.


Update

novidades, lançamentos, negócios e o que mais importa

  • A Nintendo manteve em US$ 450 (R$ 2.635) o preço sugerido do Switch 2 após suspender a pré-venda do console nos EUA devido às novas tarifas do governo Trump para produtos importados. Os interessados poderão encomendar o aparelho a partir da próxima quinta (24) nos EUA. O preço e início da pré-venda no Brasil ainda não foram divulgados.

  • Apesar de manter o preço do console e de seus principais jogos, a Nintendo reajustou o preço dos acessórios. Os menores aumentos proporcionais foram do controle Pro e do estojo tudo em um, que foram de US$ 79,99 (R$ 468) para US$ 84,99 (R$ 498), aumento de 6,5%. Já o que ficou mais caro foi o kit de direção, de US$ 19,99 (R$ 117) para US$ 24,99 (R$ 146), 25% mais caro.

  • A prefeitura de São Paulo abriu o período de inscrições para a quarta edição do Sampa Games, programa de fomento a desenvolvedores ligado à Ade Sampa (Agência São Paulo de Desenvolvimento). Os 25 projetos selecionados receberão um aporte de R$ 50 mil. As inscrições podem ser feitas no site da Sampa Games até 14 de maio.

  • “Um Filme Minecraft” superou a marca de US$ 550 milhões (R$ 3,2 bilhões) em bilheteria no mundo todo em 10 dias de exibição. Com a marca, o filme já tem a segunda maior bilheteria da história entre filmes baseados em videogames, superando os US$ 491 milhões (R$ 2,9 bilhões) de “Sonic 3”. Só atrás de “Super Mario Bros. O Filme”, que em 2023 arrecadou mais de US$ 1 bilhão (R$ 5,8 bilhões).

  • A Electronic Arts anunciou um novo jogo baseado na franquia Star Wars. “Star Wars Zero Company” será um game de estratégia em turnos ao estilo “X-COM” para um jogador ambientado no período das Guerras Clônicas. O título, em desenvolvimento pela Bit Reactor e pela Respawn, tem lançamento previsto para 2026.

  • Após revelar novas imagens de “Marathon”, seu próximo projeto, a Bungie afirmou que os jogadores não precisarão ter uma conta PlayStation para jogar o game no PC. A obrigatoriedade foi um dos pontos mais criticados dos últimos lançamentos de estúdios da PlayStation em jogos que também chegaram para os PCs, como “Helldivers 2”.

  • A Scopely afirmou ao site mobilegamer.biz que não realizará demissões de pessoal da Niantic após completar a aquisição do braço de games da empresa, que inclui títulos como “Pokémon Go” e “Monster Hunter Now”. A afirmação aconteceu pouco depois de alguns meios de comunicação noticiarem demissões na área não adquirida da empresa.

Download

games que serão lançados nos próximos dias e promoções que valem a pena

23.abr

“Beholder: Conductor” (PC)

“Once Upon a Puppet” (PC, PS 5, Xbox X/S, Switch)

“Sunderfolk” (PC, PS 5, Xbox X/S, Switch)

24.abr

“Amerzone: The Explorer’s Legacy” (PC, PS 5, Xbox X/S)

“Clair Obscur: Expedition 33” (PC, PS 5, Xbox X/S)

“Fatal Fury: City of the Wolves” (PC, PS 4/5, Xbox X/S)

“The Hundred Line: Last Defense Academy” (PC, Switch)

“Super Technos World: River City & Arcade Classics” (PC, PS 5, Switch)

“Tempest Rising” (PC)

“Yasha: Legends of the Demon Blade” (PC, PS 4/5, Xbox X/S, Switch)

25.abr

“Days Gone Remastered” (PS 5)

“La Quimera” (PC)

“Two Strikes” (PC, PS 4/5, Xbox One/X/S, Switch)

29.abr

“Forza Horizon 5” (PS 5)



Fonte ==> Folha SP

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