Protesto em São Paulo cobra ação do governo Lula contra Israel

Protesto em São Paulo cobra ação do governo Lula contra Israel

Na manhã deste domingo (15), milhares de manifestantes se reuniram na Praça Roosevelt, em São Paulo (SP), para protestar em favor da Palestina e exigir que o Brasil rompa suas relações diplomáticas — e particularmente militares — com Israel.

Mobilizado por mais de 30 movimentos populares, coletivos, sindicatos e ONGs, o ato teve início por volta das 11h. Entre os cartazes, faixas e discursos, era possível ler frases como “Lula, rompa relações com Israel JÁ!”, “Basta de genocídio em Gaza” e “Palestina livre”, em uma demonstração de forte repúdio às ações militares israelenses.

O foco do protesto foi a cobrança de medidas mais drásticas por parte do governo federal, tais como a suspensão de acordos militares e tecnológicos com Israel e o cancelamento de contratos comerciais.

Essa reivindicação vem após a recomendação feita por parlamentares que recentemente discutiram o tema com Celso Amorim, assessor especial da Presidência, destacando que “gestos simbólicos ou notas diplomáticas não são mais suficientes” para enfrentar o que definem como “um verdadeiro genocídio”.

Organizadores do evento, como a Federação Árabe Palestina do Brasil (Fepal), vincularam os protestos à “Marcha Global para Gaza”, que ocorre simultaneamente em dezenas de países.

A mobilização mundial, segundo esses grupos, busca pressionar líderes internacionais a romperem formalmente laços diplomáticos, comerciais e militares com Israel, exigindo também corredores humanitários para Gaza.

Durante o mesmo período, o governo federal vem avaliando medidas de pressão específicas. Embora o rompimento completo das relações diplomáticas seja considerado “complexo” — principalmente pela peça concernente aos brasileiros residentes em Israel e aos canais de diálogo —, Brasília estuda suspender contratos militares, inclusive freando cooperação técnica com empresas israelenses de segurança e vigilância.

Entre as medidas já adotadas, destaca-se o cancelamento da compra de blindados e a suspensão de uma licitação de R$ 1 bilhão com a empresa israelense Elbit Systems. O Brasil também se mantém sem embaixador em Tel Aviv desde maio de 2024.

A pressão política ganhou reforço com o envolvimento de uma fragata humanitária, o veleiro “Madleen”, interceptado por Israel em águas internacionais. Entre os detidos estava o ativista brasileiro Thiago Ávila, que se recusou a assinar documentos de deportação. Esse episódio foi tratado como “sequestro” por organizações internacionais, reforçando a narrativa de violação do direito internacional, amplificada pelos manifestantes em São Paulo.

O contexto jurídico internacional também ampliou a retórica dos protestos. Desde fevereiro de 2024, o governo brasileiro, inclusive o próprio presidente Lula, vem usando o termo “genocídio” para descrever a ofensiva israelense em Gaza, apoiado por denúncias da ONU, Anistia Internacional e Human Rights.



Fonte ==> Bahia Notícias

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